Como acompanhar o diabetes tipo 2 e o que é a glicada abaixo de sete?
Pacientes com diabetes, especialmente do tipo 2, devem realizar com frequência um exame chamado hemoglobina glicada (HbA1C). Sabe por quê? A hemoglobina é uma proteína presente na corrente sanguínea que tem a capacidade de se ligar ao oxigênio e à glicose. Ela é responsável pela pigmentação vermelha do sangue e tem como principal função transportar o oxigênio (O2) dos pulmões para os demais tecidos do corpo e o dióxido de carbono (CO2) dos tecidos para os pulmões.
Quando se liga à glicose é chamada de hemoglobina glicada. Quanto mais alta a concentração de açúcar no sangue, maior será a ligação da glicose com a hemoglobina e, como consequência, mais elevada ficará a hemoglobina glicada. Por isso, a dosagem da hemoglobina glicada é conhecida como ferramenta padrão-ouro para o diagnóstico, assim como para a avaliação do controle glicêmico em pacientes com diabetesix.
O exame da hemoglobina glicada consegue avaliar o histórico glicêmico do paciente, dando uma estimativa da glicemia nos últimos 3 a 4 meses. Isso acontece porque uma vez ligada à glicose a hemoglobina permanece assim durante todo o período de vida da hemácia, que tem aproximadamente essa duração ix.
O resultado desse exame é expresso em porcentagem e refere-se à média das glicemias diárias, sendo 50% correspondentes ao mês antes do exame, 25% ao mês anterior à coleta e 25% ao terceiro e quarto meses anteriores.
Quanto mais elevada a hemoglobina glicada, maiores são os riscos de o paciente ter complicações associadas ao diabetesix, como problemas cardiovasculares, oculares (retinopatia diabética), renais (nefropatia diabética) e vasculares (neuropatia diabética e pé diabético).
Pacientes com diabetes têm risco aumentado para o desenvolvimento de problemas vasculares[1]. As diretrizes mais recentes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) mostram que o risco de complicações em pacientes com diabetes é diretamente proporcional ao controle glicêmico, determinado através dos níveis do exame de hemoglobina glicada. Ou seja, a permanência de resultados elevados (maior que 7%) está relacionada com a prevalência de complicações vascularesix.
Deste modo, manter os níveis de hemoglobina glicada abaixo de 7% é considerado como uma das principais metas no controle do diabetes, evitando as complicações da doença.
ix SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020. P.28-30. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf. Acesso em: 19 set. 2022.
ix SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020. P.33-40. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf. Acesso em: 19 set. 2022.
ix BRASÍLIA – DF. MINISTÉRIO DA SAÚDE. DIABETES MELLITUS: cadernos de atenção básica – n.º 16. Cadernos de Atenção Básica – n.º 16. 2006. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diabetes_mellitus.PDF. Acesso em: 19 set. 2022.
ix SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020. P.14. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf. Acesso em: 19 set. 2022.
ix SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020. P.76. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf. Acesso em: 19 set. 2022.